A retrospectiva histórica da discriminação e inserção dos jogadores de origem negra no futebol brasileiro
Se o Brasil é o país do futebol e grande parte da população é de origem negra, e o futebol brasileiro é conhecido no mundo esportivo como o “futebol arte” pela influência dos negros, por que acompanhamos em diversos programas de televisão e rádio, notícias de discriminação e segregação do negro no futebol? Para explicar esta questão o presente estudo pretende verificar na história como aconteceram os fatos que influenciaram, na inserção e discriminação do negro no futebol brasileiro.
A partir dos anos 50, segundo Mario Filho (2003), foi à década onde tivemos momentos tensos na relação sociedade x negros no futebol, com os casos das Copas do Mundo de futebol em 50 e 54, pois os jogadores de origem negra foram responsabilizados, por torcedores e imprensa, pelos fracassos da seleção brasileira. Para o autor, o caso mais grave aconteceu com o goleiro Barbosa na Copa do Mundo de 1950.
Mesmo com a globalização, para Vieira (2001) ainda acontece muita diferença no tratamento dado aos jogadores negros, em detrimento dos brancos pela elite (branca) dominante no futebol. A retrospectiva histórica da discriminação racial no Brasil Para realizar essa imersão no contexto específico da pesquisa se faz necessário resgatar alguns elementos do debate sobre raça e discriminação. A discussão sobre a questão racial surge no Brasil com mais fervor, no final do século XIX, tendo como referência às teorias raciais do continente europeu. O Brasil se tornou alvo da curiosidade dos naturalistas estrangeiros, que buscavam exemplares únicos da flora e da fauna local. Nosso país virou uma espécie de laboratório humano vivo. Um fenômeno chamava atenção dos cientistas, “o espetáculo da miscigenação”, que se constituía da mistura das raças heterogêneas (SCHARWARCZ, 1993).
Dentro das teorias raciais destacaram – se duas: a primeira segundo os “evolucionistas sociais”, todos os homens seriam “desiguais entre si”, hierarquicamente desiguais em seu desenvolvimento global, com uma visão unitária da humanidade, adeptos do monogeísmo. A segunda corrente a dos “darwinistas sociais”, onde a humanidade é marcada pela diferença entre as raças, os homens estariam divididos em espécies essencialmente diversas, adeptos do poligeísmo (VIOTTI DA COSTA, 1999).
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