O Brasil na primeira Copa do Mundo de futebol

A edição de 1930 da Copa do Mundo marcou a primeira participação da Seleção Brasileira de Futebol nessa competição. Desde então, seria o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA até a última edição que foi realizada em 2014.Uma briga entre Rio de Janeiro e São Paulo fez com que os jogadores de São Paulo não participassem da Copa. 
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O "racha" entre os dois estados foi tamanho que a derrota do Brasil por 2 a 1 para a Iugoslávia fez com que vários paulistas comemorassem a "derrota dos cariocas".A Copa do Mundo FIFA de 1930 foi a primeira edição da Copa do Mundo de Futebol. Sediada no Uruguai, a competição ocorreu entre 13 e 30 de julho envolvendo treze seleções. Todas as partidas foram disputadas na capital Montevidéu, a maioria no Estádio Centenário, que foi construído especialmente para o torneio. 

A FIFA escolheu o Uruguai como país sede numa conferência em Barcelona em 18 de maio de 1929 pois o país celebraria o centenário de sua independência e a Seleção Uruguaia vinha de dois títulos olímpicos. Não houve eliminatórias e apenas treze nações se inscreveram: 7 da América do Sul (Brasil, Bolivia, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Peru), 4 da Europa (Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte (México e Estados Unidos). Poucas equipes europeias decidiram participar por causa dos custos e da duração da viagem. Uma briga entre cartolas paulistas e cariocas impediu que a seleção brasileira levasse sua força máxima ao Mundial. Um único paulista, Araken, integrou a delegação. Os treze times foram divididos em quatro grupos, como todos os jogos se realizando na capital uruguaia, Montevidéu. Não houve sorteio para os grupos da Copa. Os grupos foram determinados pela FIFA. Uma vez que não houve Eliminatórias para esta Copa, as duas partidas de abertura do torneio foram as primeiras partidas da história das Copas, sendo realizados simultaneamente em 13 de julho; a França bateu o México por 4 a 1 no Estádio Pocitos, enquanto os Estados Unidos derrotaram a Bélgica por 3 a 0 ao mesmo tempo no Estádio Gran Parque Central. O francês Lucien Laurent foi o marcador do primeiro gol da história das Copas do Mundo. Laurent depois diria: “Estávamos enfrentando o México e estava nevando, uma vez que era inverno no hemisfério sul. Um dos meus colegas de time cruzou a bola e eu segui seu caminho cuidadosamente, dando um voleio com meu pé direito. Todos ficamos felizes mas não ficamos rolando pelo chão – ninguém percebeu que estávamos a fazer história. Um rápido aperto de mãos e voltamos pro jogo. E não houve nenhum bonus; éramos todos amadores àquela época. 

Origem do Torneio: 

Em 1914 a FIFA concordou em reconhecer o torneio olímpico de futebol como um “campeonato mundial de futebol para amadores”,1 e tomou a responsabilidade por comandar o evento nas próximas três Olimpíadas: de 1920 a 1928 (Nos Jogos Olímpicos de 1908 e nos de 1912 as competições futebolísticas foram organizadas pela The Football Association e pela Svenska Fotbollförbundet respectivamente). Nos Jogos Olímpicos de 1932, realizados em Los Angeles, não havia o futebol no programa de competições por causa da baixa popularidade do esporte nos Estados Unidos, uma vez que era o futebol americano que crescia em popularidade. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também divergiram na questão dos jogadores amadores e assim o futebol foi excluído dos jogos.2 Em 26 de maio de 1928, na conferência de Amsterdã e dia de abertura do torneio olímpico de futebol, o presidente da FIFA Jules Rimet anunciou planos de criar um torneio distinto das Olimpíadas, aberto a todos os membros da FIFA. Itália, Suécia, Países Baixos, Espanha e Uruguai se inscreveriam para sede do evento. (Fonte: wikipedia.org) 

Brasil: 

Na primeira Copa do Mundo, o Brasil nem de longe demonstrou que um dia seria a potência que é hoje no esporte. A seleção chegou ao Uruguai para a disputa do Mundial dividido e sem forças para lutar pelo título. A causa do racha era a briga entre paulistas e cariocas. Capital do Brasil na época do Mundial, o Rio de Janeiro era o grande centro financeiro, social, cultural e artístico. 

Mas com a economia brasileira baseada no café, São Paulo crescia rapidamente e assumia o comando político do país. 

A rivalidade crescente acabou se refletindo no futebol. A divergência entre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), essencialmente carioca, não convidou membros da Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) para tomar parte da comissão técnica que iria ao Uruguai. Em retaliação, a Apea não permitiu que clubes de São Paulo liberassem jogadores à seleção. 

Apenas o atacante Araken Patuska conseguiu ir à Copa porque estava brigado com o seu time, o Santos. Sem poder contar com craques como Friedenreich, Feitiço e Del Debbio, a seleção brasileira fez uma campanha medíocre na primeira Copa do Mundo da história. Logo na primeira partida foi derrotada pela Iugoslávia por 2 a 1. Nesse jogo, o Brasil sofreu dois gols no primeiro tempo e, apesar de ter conseguido descontar na etapa final com Preguinho, não teve forças para obter a virada. 

A rivalidade dentro do país era tanta que, ao saber da derrota dos “cariocas” para a seleção iugoslava, uma pequena multidão aglomerou-se em frente aos jornais paulistas para comemorar a provável desclassificação do Brasil no Mundial. 

Quando entrou em campo para a segunda partida, diante da Bolívia, a seleção brasileira já estava eliminada da Copa do Mundo, porque três dias antes os iugoslavos haviam goleado os bolivianos. Assim, sem compromisso, o Brasil conseguiu a sua primeira vitória na história do Mundial: 4 a 0, com dois gols de Moderato e outros dois de Preguinho. Além da divisão entre Rio e São Paulo, a falta de experiência internacional e o rigoroso inverno uruguaio também foram apontados como causas do mau desempenho do Brasil. 

A famosa “tremedeira” de alguns jogadores diante dos zagueiros iugoslavos também foi imensamente divulgada na época da desclassificação precoce. Além disso, ficou evidente a falta de preparação física dos brasileiros, que piorou graças à desgastante viagem de 15 dias de navio a Montevidéu, no Uruguai. Durante a curta estadia da seleção no Mundial, um jogador destacou-se: o volante Fausto, do Vasco, que ganhou o apelido de “Maravilha Negra” pelo futebol elegante apresentado. 
(Fonte: uol.com.br)https://jogosdaselecaobrasileira.wordpress.com

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