História do Brasileirão da Série D

 

O Campeonato Brasileiro de Futebol - Série D, ou simplesmente Brasileirão - Série D, é uma competição equivalente à quarta divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol. É por meio dela que os clubes conseguem acesso para a Série C. 

 
Ao contrário de outros países onde o futebol é um esporte popular e tradicional, como a Inglaterra, que possui 24 divisões nacionais, o sistema de ligas nacionais no Brasil por muitos anos chegava apenas à Série C, equivalente à terceira divisão. 

A primeira edição da Série D foi realizada em 2009, após confirmação da CBF no ano anterior promovendo o decréscimo de participantes da Série C de 64 para 20 clubes. Inicialmente, o regulamento previa a participação de 40 equipes selecionadas através das competições estaduais, mas o Acre desistiu de enviar representantes e a disputa ficou com 39 times. 

O primeiro campeão foi o São Raimundo-PA. De 2010 a 2015, o torneio contou com 40 clubes participantes, exceção feita à edição de 2014, que teve 41 times. A partir de 2016, passou a abrigar 68 equipes. Apesar da variação na quantidade de participantes e de pequenas mudanças no formato, disputado em sistema misto, a competição mantinha sua extensão inalterada, variando entre 16 e 18 datas no calendário nacional, a maior parte geralmente no segundo semestre. Tal cenário só se modificou a partir da temporada de 2020, quando a CBF prolongou o torneio para durar por pelo menos seis meses, ocupando 26 datas. 

 No Ranking da CBF, a Série D atribui 100 pontos ao campeão. O vice-campeão recebe 80 pontos, o terceiro recebe 75 e o quarto 70. A partir do quinto colocado, cada posição perde um ponto em relação ao colocado imediatamente anterior. Deste modo, o quinto colocado recebe 69 pontos, o sexto 68 pontos, reduzindo até 51 pontos para o 23º colocado em diante (pontuação mínima em Campeonatos Brasileiros). 

Em março de 2008, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol Francisco Noveletto afirmou que a CBF criaria, pela primeira vez na história, a quarta divisão do Campeonato Brasileiro, denominada Série D, pois, com a diminuição do número de clubes participantes da Série C, muitas equipes do país não disputariam nenhuma competição nacional. No início de abril, a entidade confirmou a implementação da nova competição no calendário de 2009, ainda sem detalhar formato e regulamento, mas estipulando um total de 40 participantes a serem selecionados através dos campeonatos e das copas estaduais.


 Excepcionalmente, a primeira edição do torneio contou com 39 equipes, uma vez que nenhum clube do Acre demonstrou interesse em participar da competição.

 Dessa forma, as equipes foram divididas em dez grupos regionalizados, com os dois primeiros colocados de cada chave avançando ao mata-mata que levaria até a final. 

O primeiro campeão da Série D foi o São Raimundo-PA, que superou o Macaé na decisão. Os dois finalistas e os semifinalistas Alecrim e Chapecoense foram as primeiras equipes na história a obter o acesso para a Série C. No ano seguinte, logo na segunda edição, a Série D teve sua primeira grande polêmica: mesmo chegando até a final do torneio e ficando, inicialmente, com o vice-campeonato, o América-AM não ficou com a segunda colocação na classificação final, tampouco obteve o acesso, uma vez que foi punido com a perda de seis pontos por escalar o atleta Amaral Capixaba de forma irregular nas quartas de final, contra o Joinville. Dessa forma, o clube manauara ficou em oitavo lugar, enquanto o time catarinense tomou a quarta colocação e a vaga na Série C de 2011.

 Em 2011, pequena mudança no formato e mais disputa nos tribunais: a competição passou a contar com oito grupos, ao invés de dez, e a fase eliminatória começou a partir das oitavas de final. No âmbito extracampo, após um longo imbróglio judicial, o Treze conquistou o acesso para a Série C mesmo sem chegar às semifinais da Série D: o clube paraibano herdou a vaga do Rio Branco-AC, que foi excluído da Série C de 2012 por acionar a justiça comum contra a interdição da Arena da Floresta. O curioso é que o Treze também acionou a justiça comum para garantir a vaga na terceira divisão e, assim, ficou suscetível a uma punição. Em 2013, para finalmente encerrar a briga jurídica, os dois clubes e a CBF entraram em um acordo no Supremo Tribunal Federal, garantindo a participação das duas equipes na Série C daquele ano, que contou com 21 clubes.

Por conta disso, a Série D de 2014 teve 41 participantes, uma vez que cinco times foram rebaixados da terceira divisão do ano anterior a fim de retornar ao número de participantes padrão. Jogadores do Botafogo-SP comemoram o título de 2015. Também em 2014, uma nova mecânica foi introduzida à competição: os cruzamentos na fase de mata-mata deixaram de ser regionalizados e passaram a levar em consideração a campanha das equipes ao longo das etapas anteriores.

 Em 2016, a CBF ampliou a Série D inicialmente para 48 clubes e, após pressão das federações estaduais, confirmou a participação de 68 equipes. Sob o novo cenário, o torneio passou a contar com 17 grupos na fase inicial e ganhou mais uma etapa de mata-mata antes das oitavas de final.

 Na edição de 2020, foi criada uma fase preliminar com oito clubes em formato mata-mata, enquanto 60 clubes entraram direto na fase de grupos: com isso, o total de 64 equipes passou a ser dividido em oito grupos com oito participantes cada, aumentando o número de partidas de cada equipe. Desde sua criação, a Série D nunca teve um campeão repetido, porém os estados de Minas Gerais, Ceará e São Paulo têm dois títulos cada. Em relação aos clubes que conquistaram o acesso, a hegemonia é do Nordeste, que em todas as temporadas teve pelo menos um representante comemorando a entrada na Série C, além de ser a única região a promover três equipes juntas em uma mesma edição.

Já o estado de São Paulo lidera o ranking de acessos por federação e é o único que conseguiu promover dois representantes em um mesma temporada.

 Seis times conseguiram a façanha de jogar a Série D e, posteriormente, conquistar o acesso em todas as divisões do futebol brasileiro para chegar à Série A: a Chapecoense (que subiu na Série D de 2009 e chegou à elite em 2014); o Joinville (que depois do acesso na quarta divisão, em 2010, conquistou os títulos das Séries C e B); o Santa Cruz (promovido na última divisão em 2011 e que retornou à Série A em 2016); o CSA (o único da lista a conseguir três acessos consecutivos, jogando a Série D em 2016 e chegando à Série A em 2019) o Cuiabá (que conquistou o acesso na Série D de 2011 e, nove anos depois, foi promovido para a Série A de 2021); e o Juventude (vice-campeão da Série D de 2013, navegou entre as Séries B e C até retornar à elite em 2021). 

 Transmissão televisiva 

No dia 2 de julho de 2015, o Esporte Interativo adquiriu junto à CBF os direitos de transmissão da Série D de 2015 para canais fechados. Foi a primeira vez que a competição teve transmissão na televisão.

 No mesmo ano, a partir das oitavas de final, a TV Brasil obteve os direitos da competição para transmissão em sinal aberto. A rede de televisão pública transmitiu o torneio até 2016, mas abdicou de fazê-lo a partir de 2017, alegando cortes orçamentários. Em 9 agosto de 2018, o grupo Turner anunciou o fim imediato dos canais de TV Esporte Interativo. Como a Série D de 2018 teve seu jogo decisivo cinco dias antes, a competição não chegou a ter sua transmissão interrompida abruptamente. Alguns conteúdos da emissora, como a Liga dos Campeões, passaram a ser transmitidos por outros canais da Turner, como por exemplo TNT e Space. 

No entanto, a Série C não foi repassada a nenhuma parceira e simplesmente deixou de ser televisionada no decorrer do torneio, colocando em xeque a transmissão da Série D a partir de 2019 em algum canal de televisão. 

 Contudo, no dia 3 de maio de 2019, um dia antes do início da 11ª edição, a CBF confirmou um acordo com a plataforma de streaming MyCujoo para a transmissão de 700 partidas ao vivo organizadas pela entidade, o que incluiu torneios de base, como o Campeonato Brasileiro de Aspirantes e a Copa do Brasil Sub-20; as duas divisões do Campeonato Brasileiro Feminino; e a Série D. Em 2020, a plataforma renovou a parceria com a CBF para transmitir todas as partidas. Em setembro do mesmo ano, a TV Brasil anunciou o retorno do torneio com transmissões nacionais tanto na TV aberta quanto no sinal fechado por assinatura, assim como via streaming na internet. O acordo com a CBF engloba 42 partidas a partir da terceira rodada da Série D de 2020, totalizando dois jogos por rodada. 

A Empresa Brasil de Comunicação é a responsável pela geração de imagens. 

Critérios para as vagas 

Os participantes são selecionados através dos campeões ou melhores colocados dos campeonatos e copas estaduais que não participam das outras divisões do Campeonato Brasileiro (Séries A, B e C), além dos rebaixados da Série C do ano anterior. Os participantes são selecionados através dos campeões ou melhores colocados dos campeonatos e copas estaduais que não participam das outras divisões do Campeonato Brasileiro (Séries A, B e C), além dos rebaixados da Série C do ano anterior. 

 Em 2009 Os quatro primeiros estados do RNF (Ranking Nacional das Federações), divulgado pela CBF, tiveram direito a três representantes cada; Do quinto ao nono tiveram direito a dois representantes cada; Os demais tiveram um representante cada. O estado do Acre desistiu de enviar representantes. Total: 39 vagas.

 De 2010 a 2013 e em 2015 Os quatro rebaixados da Série C do ano anterior; Os nove primeiros estados do RNF (Ranking Nacional das Federações) tiveram direito a dois representantes cada; Os demais estados tiveram um representante cada. Total: 40 vagas.

 Em 2014 Os cinco rebaixados da Série C do ano anterior; Os nove primeiros estados do RNF (Ranking Nacional das Federações) tiveram direito a dois representantes cada; Os demais estados tiveram um representante cada. Total: 41 vagas.

A partir de 2016 Os quatro rebaixados da Série C do ano anterior; O primeiro estado do RNF (Ranking Nacional das Federações) tem direito a quatro representantes; Do segundo ao nono estado do RNF (Ranking Nacional das Federações) têm direito a três representantes cada; Os demais estados têm dois representantes cada. Total: 68 vagas Campeões

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