Pátria de chuteiras de Nelson Rodrigues



Mais do que um jogo, o futebol é um dos principais símbolos da cultura brasileira. Os dribles extrapolam o campo e povoam a televisão, o rádio, os jornais, a literatura, as conversas de fi m de expediente e os sonhos de milhões de crianças e adultos. Nelson Rodrigues soube captar bem esse aspecto do esporte em suas crônicas, revelando como ele se confunde com a identidade e a alma do brasileiro. Por detrás das reflexões esportivas recheadas por narrativas dramáticas e curiosos arroubos sociológicos, identifi ca-se nas crônicas deste livro uma profunda crença no brasileiro, que é, para Nelson, um vencedor a despeito de todas as difi culdades enfrentadas dentro de campo – como os cruéis pontapés dos adversários – ou fora dele – exemplifi cadas pelo sofrimento dos humildes trabalhadores transportados em paus de arara. 
Publicados entre as décadas de 1950 e 1970, os textos aqui reunidos mostram um indisfarçável otimismo em relação ao brasileiro e a seu futuro, respaldado pelas conquistas da Copa da Suécia, em 1958, e do Chile, em 1962, mas também por triunfos em outros campos, como o do filme O pagador de promessas no festival de Cannes, em 1962. O momento é marcado também pelo processo de industrialização brasileiro e pela expansão da economia nacional, favorecidos pela criação do então BNDE em 1952 – que cerca de 30 anos depois viria a se tornar BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). 12 Desde então, o Brasil mudou bastante, tornando-se um país mais moderno e urbano, e o BNDES com ele. A economia nacional passou por distintos momentos, e o Banco passou a atuar nos mais diferentes setores, apoiando projetos ligados a setores como indústria, infraestrutura, agronegócio, comércio e serviços, inclusão social, meio ambiente e cultura, entre outros. Sempre conectado ao momento histórico do país, o BNDES está empenhado atualmente na preparação para os grandes eventos esportivos dos próximos anos: a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas do Rio em 2016. Por isso, vem fi nanciando a construção e a modernização dos estádios que receberão os jogos da Copa, as obras de infraestrutura urbana das cidades-sede e a expansão dos serviços de hotelaria e turismo necessários para acolher os nossos futuros visitantes. 

O patrocínio do BNDES à publicação destas crônicas evidencia a perspectiva da instituição em relação ao desenvolvimento, que busca associar as dimensões econômica, social e regional. 

A iniciativa dissemina, sobretudo entre os jovens, a produção de um dos mais importantes autores e cronistas da sociedade brasileira do século XX, estimulando a leitura e a reflexão sobre a identidade nacional. Trata-se, portanto, de uma relevante contribuição para democratização do acesso à cultura e, consequentemente, para o desenvolvimento do país no longo prazo. Fazendo isso, também reafi rmamos nossa crença no povo brasileiro. 

A Pátria De Chuteiras Não sei quais palavras eu devo usar para descrever a inteligência de Nelson Rodrigues. Sinceramente.

Esse Nelson Rodrigues era um espécime brasileiro muito inteligente.” No entanto, como a maioria das pessoas, a minha curiosidade não passava disso. Eu permanecia na minha zona de contorno e nunca pesquisei sobre o cara. O tempo passou. 

 Um belo dia criei o hábito ou vício de procurar livros para download nas madrugadas em que estou sem sono. Numa dessas noites enquanto acessava o site lelivros.club, cliquei na aba das crônicas e entre os primeiros livros estava A Pátria De Chuteiras. 

Como sou amante do futebol, resolvi dar uma clicada para ler a sinopse. No momento seguinte descubro que a obra era de um tal Nelson Rodrigues. Ah... Nelson. Rodrigues? Nelson Rodrigues! Sim, aquele citado pelo Pedro Bial! Bateu uma vertigem em mim quando me toquei sobre a minha falta de interesse em pesquisar o espécime. Que vacilo camaradas! Olhem, isso foi um vacilo tão vaciloso da minha parte, que desde o momento no qual comecei a ler esse livro, não parei de me perguntar como pude chamar tanto cronista de bom sem antes ter conhecido o Nelson. 

Ele simplesmente era alguém à frente de seu tempo. A Pátria De Chuteiras é uma reunião das suas crônicas escritas entre 1950 e 1970. Foi lançado no finalzinho de 2013, mas a propaganda forte mesmo veio em 2014. Ano sugestivo, pois o cronista defendia com unhas e dentes o patriotismo caloroso para com a seleção canarinha. 

Com seus argumentos, ele leva o mais cético torcedor a confiar cegamente no *escrete (aprendi essa palavra no livro haha). Aproveitando que 2014 era o ano da Copa do Mundo, Aldo Rebelo então Ministro do Esporte, esteve em alguns eventos pelo Brasil lançando a obra. Penso que se o Nelson, morto em 1980, ainda estivesse vivo e assistisse aos 7 x 1 da Alemanha sobre o nosso escrete (olha a palavrinha nova aí de novo), ele teria infartado na hora. Sério, o cara era muito fanático por futebol e principalmente pela Seleção. Deixo como indicação o livro para os amigos que gostam de futebol. Principalmente aqueles que conhecem um pouco da história da seleção, pois durante as crônicas, Nelson Rodrigues cita diversos jogadores das antigas mesmo. 

O clima da sociedade brasileira da época também é outro ponto bacana abordado. Faz que nem eu não, demorei 8 anos para conhecer a herança do Nelson. Vai agora no Google e joga o nome dele. Brevemente, irei adquirir A Vida Como Ela É. Fiquem ligados. Virei fã de carteirinha! 
      Pesquisa - site: eaijl.blogspot.com.br

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