Juliana Veloso vai para quinto Pan com sentimento de estreante

Juliana Veloso e os dois filhos (Foto: Satiro Sodré/SSPress)


Quando Juliana Veloso, 34 anos, se posicionar no trampolim de saltos ornamentais em Toronto, será a quinta vez em que a carioca disputará os Jogos Pan-Americanos. A estreia também foi no Canadá, em Winnipeg 1999. De lá para cá, a atleta recomeçou duas vezes no esporte – depois do nascimento dos filhos Pedro, em 2009, e Tiago, em 2013 – e alimentou o sonho de defender o país pela última vez em Jogos Olímpicos, justamente em casa: no Rio 2016. 
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A saltadora faz parte do seleto grupo que lutou na última década por melhorias na modalidade e que viu o esporte ganhar estrutura, investimento e novos talentos no país. “Eu não tenho patrocinador nenhum. Eu conto com a Bolsa-Atleta. Se não fosse por ela, seria praticamente impossível estar aqui. O que acontece com as pessoas mais velhas: elas param de saltar porque você precisa ter um sustento. É muito difícil para um atleta que viaja um mês seguido fazer uma faculdade. A gente perde muitos talentos nesse caminho. É legal ver jovens ganhando destaque”, disse.

A experiência pan-americana será primordial para transmitir conhecimento para os novos atletas e como teste de novos saltos para 2016. “Estou com uma expectativa muito grande. Eu estou saltando direitinho. Não estou no meu auge, mas o grau de dificuldade na minha série está bem alto. Vou estar com uma das séries mais fortes do Pan. Vai estar bem nivelado, as meninas vão fazer os mesmo saltos”, revela.

A brasileira lembra que na edição de 2011 o treinamento era focado para tirar nota seis, hoje, a pretensão é maior. “Eu tenho todos os meus saltos para tirar oito, é uma evolução muito grande. O que eu tenho de desvantagem em relação às meninas é que eu montei os meus saltos recentemente, porque eu era atleta de plataforma. Meus saltos estão bons agora, e elas têm esses saltos bem-feitos há quatro, oito anos”.


Mesmo com a experiência, a ansiedade antes da competição, o encantamento e o brilho no olhar continuam. “Ainda dá o frio na barriga. O dia que isso acabar, perdeu a graça. É muito prazeroso poder estar na quinta edição de Jogos Pan-Americanos, fazendo o que eu mais gosto de fazer, e eu ainda me sinto bem nova. Eu sempre fui atleta de plataforma e agora sou atleta de trampolim, então eu me sinto uma caloura. Acho que isso que motiva a gente”, conta.
Breno Barros
Ascom - Ministério do Esporte
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